quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A despedida dos velhos conhecidos


Congresso


Com o fim da legislatura, nomes importantes do Congresso Nacional estão deixando suas cadeiras. De alguns, o país sentirá falta. De outros, nem tanto

VEJA
Gabriel Castro, de Brasília
Senadores Pedro Simon e José Sarney
HORA DO ADEUS – Os senadores Pedro Simon e José Sarney: colegas de partido que muitas vezes estiveram em lados opostos da História (Geraldo Magela/Ag. Senado)
Quando o jovem senador Pedro Simon tomou posse no Congresso Nacional, o Brasil ainda era uma ditadura. O político gaúcho se transformaria em uma das principais vozes do processo de transição para a democracia. Naquele ano de 1979, entretanto, já fazia 24 anos que José Sarney chegara à Câmara dos Deputados pela primeira vez. O imperador do Maranhão, que àquela altura era filiado à Arena, seria eleito presidente do Senado quatro vezes.
O índice de renovação do Congresso nas últimas eleições ficou em cerca de 45%, dentro da média histórica. Mas, como é natural, um grupo de parlamentares importantes está deixando o Congresso. Alguns deles chegaram ao fim da carreira política. Outros ainda pensam em voltar, mas precisarão se acertar com as urnas. De alguns, como o gaúcho Pedro Simon, o país sentirá falta. De outros, como o maranhense eleito pelo Amapá José Sarney, nem tanto.
Simon e Sarney são expoentes de uma geração que, apesar de hoje serem colegas de partido, muitas vezes estiveram em lados opostos da História. Enquanto Sarney apoiou o regime militar até que o barco começasse a afundar, Simon esteve no lado contrário. Enquanto Sarney passou por sete partidos, Simon está no PMDB desde a fundação da sigla – até hoje o gaúcho se refere à legenda como MDB. Antes, havia pertencido apenas ao PTB, que foi extinto pela ditadura. Simon enfrentou Sarney também durante o escândalo dos atos secretos, que veio à tona em 2009, e por pouco não abreviou a longeva carreira do maranhense. Sarney presidia o Senado e escapou dos processos de cassação.  A partir de 1º de fevereiro, quando o novo Congresso tomará posse, Sarney e Simon deverão deixar a vida pública – pelo menos ocupando cargos eletivos. O senador maranhense nem mesmo disputou a reeleição, vislumbrando o risco real de derrota. Simon estava disposto a encerrar sua passagem pelo Congresso sem buscar um novo mandato. Até que a morte de Eduardo Campos alterou o cenário eleitoral. Beto Albuquerque (PSB), que disputaria o Senado com o apoio de Simon, virou vice de Marina Silva na disputa presidencial. O parlamentar do PMDB entrou, assim, na corrida por outro mandato. Mas acabou perdendo. 
Ao lado deles, outros nomes influentes do Congresso estão deixando o Parlamento. As razões são diversas. O atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves faz parte da lista. O peemedebista é o recordista de mandatos no Congresso: são onze eleições seguidas. Nas últimas eleições, quando tentou alçar um voo mais alto e disputar o governo do Rio Grande do Norte, Alves não conseguiu o que queria. perdeu, ainda que por por uma margem estreita, para Robinson Faria (PSD). Agora, Alves concorre a um prêmio de consolação: o nome dele é cotados para o Ministério da Previdência Social no próximo governo de Dilma Rousseff.
O próprio Sarney foi cotado para assumir o Ministério da Cultura, mas a revelação de que ele votou em Aécio Neves não deve ajudar. De qualquer forma, ele deve manter sua prerrogativa de indicar nomes para estatais e ministérios. Sarney, ao seu modo, providenciou uma despedida especial: uma exposição sobre sua vida, sediada na biblioteca do Senado. Lá estão preciosidades como uma edição romena de Saraminda, uma de suas obras literárias.     CONTINUA LENDO.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário